Sim, o título não tem crase! hehehe
Muito se diz atualmente sobre a educação a distância, porém não há exatamente uma definição seu significado e método de ensino.
Assim, resolvi compartilhar parte de um trabalho feito no meu curso de especialização sobre a matéria!
Muito se diz atualmente sobre a educação a distância, porém não há exatamente uma definição seu significado e método de ensino.
Assim, resolvi compartilhar parte de um trabalho feito no meu curso de especialização sobre a matéria!
A “Educação a Distância
- EAD” apesar de nos parecer um conceito novo e revolucionário de
distribuição e construção do conhecimento, na realidade não o é, contudo,
apesar da construção histórica de tal metodologia educativa, ainda não se tem
um conceito único e definitivo que caracterize tal fenômeno educativo, o qual
para ser melhor entendido deve ser analisado juntamente com sua evolução
histórica.
Com efeito a educação
a distância enquanto sistema educativo não surgiu pensada como uma forma de
substituir o método tradicional de ensino, o presencial, no qual há contato
direto entre o professor, o detentor do conhecimento, e o aluno, o aprendiz, ou
mesmo com o objetivo de muitas empresas
atuais, qual seja, de maximizar seus lucros, contratando poucos professores e
tendo um número extremamente alto de alunos.
A educação a distância surgiu da necessidade de comunicação
do conhecimento e de ensinamentos morais e religiosos quando não era possível a
presença física de pessoas. Temos como exemplo um dos primeiros relatos
documentados de educação a distância da história, quais sejam, as Cartas de São
Paulo às primeiras comunidades Cristãs, no século I D. C..
Tais cartas, apesar de datar do século I, e não contarem com
nenhum dos recursos tecnológicos dos quais dispomos hoje, descrevem bem a atual
metodologia adotada atualmente na Educação a distância, como pode se ver esta
estrutura na Primeira Epístola aos Coríntios, capítulo 4, versículos 14-17, in
verbis:
Com efeito, mesmo que tivésseis dez mil pedagogos em Cristo,
não tendes muitos pais. (...) É por isso mesmo que vos enviei Timóteo, meu
filho querido e fiel no Senhor; ele vos lembrará meus princípios de vida em
Cristo, tais como eu os ensino por toda parte, em toda as igrejas.
Observe que existe a figura do Professor, o qual está
separado dos alunos pelo tempo e lugar, o Apóstolo Paulo, enviando conhecimento
aos Alunos, no caso por meio de cartas encaminhadas à comunidade de Coríntios,
que são assistidos por um Tutor, Timóteo, tendo este o papel de auxiliar na
aprendizagem e manter contato com o professor.
Já no século XVI com a chegada da imprensa a troca de
informações se intensificou, pois os impressos, que continham normalmente
notícias, passaram a circular entre as cidades e por correspondência com mais
rapidez.
Tem-se, contudo, como marco inicial da Educação a distância,
o anúncio de um curso de taquigrafia realizado na Gazeta de Boston, em março de 1728 , pelo professor Cauleb Philips, no
qual este desenvolveu um curso por correspondência prometendo levar a mesma
qualidade dos cursos presenciais para quem não tinha condições de se
estabelecer na cidade de Boston, EUA, para estudar.
Entre o final do século XVIII e início do século XX já se
localizam algumas tentativas de educação
a distância, com estudos feitos por meio de correspondências.
Em 1905, 1914 e 1941 os Estados Unidos da América, alguns
países da Europa e Austrália adotaram alguns cursos por correspondência, com a
finalidade de dar instrução à população tão necessitada após o advento da
segunda guerra mundial.
Na década de 1960 houve o grande avanço da educação a
distância, pois com auxílio de rádio, fitas de áudio e vídeo e material
impresso foram criadas as primeiras Universidades Abertas que propagaram a
educação a distância e disseminaram esta modalidade de ensino pelo mundo,
inclusive na américa latina.
Já no Brasil temos muitas experiências nesta forma de
educação como, em 1939 com a fundação da Rádio Monitor, em 1941, com a criação
do Instituto Universal Brasileiro, que visava levar educação profissionalizante
para todo o país por meio de estudo por correspondência.
Em 1960 um movimento da Igreja católica chamado Movimento
pela Educação de Base veiculava programas de rádio que visava a alfabetização
de jovens e adultos, sobretudo os da Zona Rural que não tinham acesso à
educação formal.
Na Década de 1970 foi criado o projeto SACI/SITERN visava
levar a educação ao interior do rio Grande do Norte por meio da instalação de
antenas de Satélite para educação por meio das TVs universitárias.
Tivemos ainda muitas outras iniciativas, como o Telecurso
2000 da Fundação Roberto Marinho, a Fundação Padre Anchieta, o Centro Educativo
do Maranhão, entre outros que se utilizaram de métodos de educação a distância
para disseminar o conhecimento pelo Brasil.
Na década de 1990 a educação a distância no Brasil foi
institucionalizada com a criação da Secretaria Nacional de Educação a Distância
e a criação da TV Escola, as quais visavam principalmente a formação de
professores nos mais remotos locais do país que não contavam com Universidades.
Assim, podemos identificar no Brasil seis gerações de
educação à distância, quais sejam:
1ª Geração com o uso envio de materiais por
correspondências, entregues pelos Correios;
2ª Geração, teve início na década de 1970 com a criação das
primeiras Universidades Abertas;
3ª Geração utilizando-se das multimídias interativas de
telecursos para educação básica e profissionalizante, visando a universalização
do ensino;
4ª Geração, surgida na década de 1990, com a aprendizagem flexível,
baseada em redes de computadores, recursos de videoconferência e multimídia;
5ª Geração, foi desenvolvido o modelo inteligente de
aprendizagem, no qual se utiliza dos recursos trazidos pela internet
facilitados pelo desenvolvimento da WEB 2.0;
6ª Geração, que é a atual, na qual se visa a eficácia da
aprendizagem, independente da tecnologia que se utiliza e se baseia na
disponibilidade de tempo e local do aluno e não somente da disponibilização do
conteúdo.
Assim, resta claro que a educação a distância apesar de ter
nascido no início da era Cristã, século I, teve um grande avanço no final do
século passado e início do século atual, passando a oferecer ensino e geração
de conhecimento às pessoas independentemente da geografia ou tempo, eis que
para a educação à distância desenvolvida por meio da internet professores,
instituições e alunos podem estar em qualquer lugar do mundo e a qualquer
momento, não necessitando estar todos ao mesmo tempo ligados à plataforma de
aprendizagem, como o Moodle, por exemplo.
Visto que a educação a distância teve grande avanço
histórico e atualmente faz parte integrante da vida da sociedade é necessário
conceituá-la, tarefa nem sempre fácil, pois não há um consenso sobre o que
seria essa modalidade de educação.
De início importante observar que existem críticas à própria
expressão “Educação a Distância”, pois afirmam que o termo correto deveria ser
“Ensino” a distância, uma vez que segundo alguns autores na modalidade não
presencial não existe educação, que é um processo muito mais abrangente que o
simples transmitir do conhecimento, sendo a educação um processo social do qual
as pessoas se utilizam para se constituírem como seres humanos.
Apesar de tais críticas a expressão “Educação” a distância
prevalece porquanto, não obstante o contato social seja mais dificultado pela
distância física entre as pessoas, as atuais tecnologias permitem uma grande interação social, seja
por meio de fóruns, chats, videoconferências, redes sociais, etc., que permitem
um desenvolvimento humano que vai além do simples acumular de informações, mas
também transmite valores que são a base da educação.
Quanto aos conceitos de educação a distância, verifica-se
que os autores normalmente valorizam muito as características físicas que
envolve esta modalidade de instrução, ressaltando que professores e alunos
estão fisicamente separados e ligados por ferramentas tecnológicas, como faz Maia
e Mattar (2006, p. 6) que afirmam ser “A
EAD (...) uma modalidade de educação em que professores e estudantes estão
separados, planejada por instituições e que utiliza diversas tecnologias de
comunicação”.
José Manuel Moran também insiste no conceito de
presencialidade ao conceituar a educação a distância ao afirmar que:
Educação a distância é o processo de ensino-aprendizagem,
mediado por tecnologias, onde professores e alunos estão separados espacial
e/ou temporalmente.
o conceito de presencialidade também se altera. Poderemos ter
professores externos compartilhando determinadas aulas, um professor de fora
"entrando" com sua imagem e voz, na aula de outro professor...
Haverá, assim, um intercâmbio maior de saberes, possibilitando que cada
professor colabore, com seus conhecimentos específicos, no processo de
construção do conhecimento, muitas vezes a distância.
Contudo, segundo o conteúdo apreendido neste módulo do Curso
de Pós-Graduação, podemos entender que a principal característica da educação a
distância vai além da simples distância física entre os participantes desta
modalidade de ensino, mas se concentra na forma de apreender os ensinamentos e
criar o conhecimento.
Portanto, na Educação a distância o professor, além da
tradicional função de transmitir os conhecimentos sobre a matéria em estudo,
também passa a ter a função de direcionar os estudos extra aulas, ser um
incentivador das pesquisas realizadas
por seus alunos e orientador para se chegar ao resultado almejado, enquanto que
o aluno que tem o controle e autonomia do aprendizado passa a ter papel de
protagonismo em sua própria educação, tendo responsabilidade com o real
aprendizado e realização pesquisas que complementem os conteúdos sugeridos,
sendo que além de consumir de conteúdos o aluno passa a ser também gerador de
conhecimento, socializando tais conhecimentos com os demais participantes desta
modalidade de ensino.
CONCLUSÃO
Assim, diante da evolução histórica demonstrada e das
principais características desta espécie de ensino, podemos conceituar a
educação a distância como sendo a modalidade de instrução na qual o ensino é
auxiliado por ferramentas tecnológicas que permitem aos alunos e professores
estarem em diferentes lugares no tempo e espaço, propiciando uma maior
responsabilidade do estudante com sua própria formação e também que este assuma
um papel de protagonismo na geração de conhecimento e socialização deste com os
demais participantes, sejam professores outros alunos.
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